sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

We all walk the long road...

Continuo à espera de ouvir esta ao vivo, malta...
Esta é uma "daquelas"...
A ideia de que todos percorremos um caminho e que, nesse caminho, perdem-se pessoas que marcam momentos...que podemos desejar ter sempre ali...sempre conosco..

And I wished for so long...cannot stay...
All the precious moments...cannot stay...
It's not like wings have fallen...cannot stay...
But without you something's missing...cannot say...

Holding hands are daughters and sons
And their faiths are falling down, down, down, down...
I have wished for so long...How I wish for you today...

We all walk the long road...cannot stay...
There's no need to say goodbye...

All the friends and family...
All the memories going round, round, round, round...
I have wished for so long...how I wish for you today...

And the wind keeps roaring...and the sky keeps turning grey...
And the sun is set and...the sun will rise another day...

I have wished for so long...how I wish for you today...
I have wished for so long...how I wish for you today...

We all walk the long road...
We all walk the long road...
Will I walk the long road...
We all walk the long road...
We all walk the long road...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Palavras do Jaime

Porque o Jaime precisa de falar, porque o Jaime precisa de se expressar, de expurgar os conteúdos polutos que o desalmam...A parede está erguida, Jaime...Ainda que tenhas saído bem cedo de casa, acenam-te uma despedida desenhada por mão de pelica enluvada...
A Luz ao Fundo...
Chove lá fora, chove mais cá dentro…
Lágrimas do céu, águas de tormento
Cintilam no escuro, reformulam-se em vão
Tomam as minhas formas…caído no chão

Respiro em golfadas de ar rarefeito
Sugo a vida insuficiente
Que me engana, que me mente
Jardins de pedra, que já enfeito…

Faltará que alguém me tempere com a terra
Que é sangue meu derramado na guerra
Pusilânime, compassado estertor…
Caído no chão, pungente de dor..
Dezembro 2007

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

You're so very special...and i wish i was special...

Desde sempre na minha gaveta de cartão...
"I wish i was special...you're so very special...
But i'm a creep...i'm a wierdo..."

Ahhhhh....passive-agressive rage!!

domingo, 9 de dezembro de 2007

Mortos

Crueza, violência, beleza também, talvez....
Morrem pessoas, morrem jovens adolescentes, morrem adultos e morrem os velhos. Morrem à distância e morrem nos meus braços, morrem com a família ao telefone, morrem com a família do outro lado da porta, à espera de notícias...
Morrem pessoas sozinhas, sem ninguém da família por perto para as apoiar, morrem pessoas rodeadas pelos seus, em desespero por nada poderem fazer para as ter um pouco mais consigo, morrem os mortos de mãos dadas com os vivos e os vivos percebem que morrem um pouco (ou muito...) com eles...
Passam mortos pelo corredor (alguns ainda de pé...), mortos de cara descoberta, mortos de rosto marmóreo, mortos de lábios azulados...
Morrem pessoas da cama do lado e quem ficava (ainda viva?) assistia a tudo... Num momento estava viva, no outro, a cortina corria e, ao ser reaberta, acabaram as conversas ao almoço, acabaram as conversas ao jantar ou com as famílias uns dos outros...
Resta um espaço vazio, sem cama, sem vida. Sem morte, sequer, que alguém tratou de levar para outro lado qualquer...
E acabou…

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Introspecção

Pequeno exercício reflexivo a propósito da morte e do morrer...de como ninguém nos ensina que aprender a viver e aprender a morrer pode ser exactamente a mesma coisa...E que a alegria suscitada pelo nascimento obscurece a sentença de morte que esse acontecimento acaba, também, por ser...
Introspecção

Essa morte de que me falam…não, não me assusta muito…
Assustou-me mais, isso sim, quando percebi que a sentença
Assinaram-na quando nasci, entre os festejos
E as lágrimas de alegria e os abraços efusivos…

Desde aí que tenho vindo a morrer aos poucos…
A cada dia um pouco mais…
E, ganhando esse hábito de morrer diariamente,
Vou deixando de temer viver assim para sempre…
Fevereiro 2007

domingo, 11 de novembro de 2007

Cleo

Porquê esconder os momentos? Porquê ocultar aquilo que tenho como certo, que dá outro sabor às golfadas de ar que, enquanto ser vivo, me vejo obrigado a sorver como se delas dependessem a minha vida? A minha vida biológica sim...Mas sinto-me mais que um mero ser biológico...Especialmente agora...

Cleo

Não tenho voz que mereça
A letra de uma canção,
Mãos que possam erguer
A mais bela obra de arte
E não tenho, tampouco, as pernas
De um estóico peregrino
Ou a leveza de pensamento
Que leve longe o meu sonhar...

Bastaria-me, porém, que esta voz
Fosse aquela que ouvirias,
Que estas mãos fossem
As que tomarias nas tuas,
Que fossem estas pernas o regaço
Onde escolherias repousar,
Que fosse este pensamento o espaço
Que desejarias habitar...

12-11-2007
04:05 (a imaginar a paz do teu dormir...)

domingo, 28 de outubro de 2007

Peso Cego

Hoje acenei-te daqui, de tão longe…
Desejando caminhar até ti
Pelos ares, pelas brisas…
Como se nada pesasse…

Hoje deixaste de me ver…
E, por mais que te acene daqui,
Hoje cegaste (de vez?)
E é como nada mais restasse…


(Data: Rajab, 1428 AH)

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Poemas Alheios da Gaveta

Somos filhos da madrugada
Pelas praias do mar nos vamos
À procura de quem nos traga
Verde oliva de flor no ramo
Navegamos de vaga em vaga
Nao soubemos de dor nem magoa
Pelas praias do mar nos vamos
À procura da manha clara

La do cimo duma montanha
Acendemos uma fogueira
Para nao se apagar a chama
Que da vida na noite inteira
Mensageira pomba chamada
Companheira da madrugada
Quando a noite vier que venha
La do cimo duma montanha

Onde o vento cortou amarras
Largaremos pela noite fora
Onde ha sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora
Vira a proa minha galera
Que a vitória ja nao espera
Fresca brisa, moira encantada
Vira a proa da minha barca

(Zeca Afonso, 1970)

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Palavras Para Um Moribundo...

Se ao menos eu pudesse ver o mundo
Através dos olhos de um moribundo,
Talvez, então, conhecesse a verdade
Algo mais que a minha elementar realidade

Se ao menos aquilo que vejo
Fosse algo mais que um ensejo
De saber o que é o real
Talvez me lembrasse que não sou imortal

Se ao menos eu pudesse
Desfazer o que a vida te fizesse
Veria através de ti
Um homem junto ao teu leito de morte

Mas, como em todo o lado, também aqui
O negro espectro foi mais forte
E morreste incógnito, sem alguém
Que te amparasse…nem eu, nem família…ninguém...
Julho 2004

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Sem título

Porque foi esta a primeira composição que deixei na minha gaveta de cartão....
Esperei um dia inteiro...
Mas tu não o quiseste fazer
E deixaste-me antes do pôr-do-Sol...
A ti apenas queria dizer
Que o momento foi lindo...
Poderiam morrer as pessoas puras
Sobreviver as impuras
Que tudo faria sentido...
Devias ter ficado pelo pôr-do-Sol...
Já que não ficaste por mim...
(Adaptado, tradução livre, de Edward L. Severson)