quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A ti...

Bom ou mau...este pequeno texto é dos que mais me toca. Porque está para...como a Lua está para as marés...como a neve está para os montes mais altos...como o Sol está para o deserto...

Elogio ao Amor...

Vou escrever um elogio ao amor…
Um elogio ao amor puro…
Não a um amor qualquer…
É um elogio ao amor intemporal
Ao que dura
E perdura
Ao amor inconveniente
O que não está escrito desde sempre
Ao que nasce do nada…
Ao que nasce lento
E naturalmente…

Vou escrever um elogio ao amor eterno…
Porque me cansa o amor banal
O amor de conformidade…
Aquele do “porque sim”
Só porque sim…
O que existe por existir
Porque não há mais por onde ir
Cansa-me o amor sem chama
O amor que não é de duplo sentido
O que não é sequer de um
O amor que nem sequer ama…

Vou escrever um elogio ao amor perene…
Aquele amor que permanece
O amor contra-corrente
O amor independente…
Porque amo esta forma de amar
Porque não me conformo
Porque estou na outra ponta da lança
Mas sinto-me junto de ti
Porque moras no meu coração
Que te bombeia para o meu corpo e alma
Às centenas de vezes por minuto
Porque hoje sou um pouco mais do que ontem
E sei que sou um pouco menos que amanhã
Porque sei que, não sendo pintor,
Desenharia no teu rosto
Talentosos beijos de amor…

Escrevo um elogio ao amor…
Aquele que mesmo que doa
Existe…e por isso não magoa
Aquele que não é o amor da minha vida…
Só porque a vida não chega
Que se foda a vida!
Se nela não cabe o amor…


Janeiro 2008

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Da gaveta traduzida...

Não...não é meu...O original é escrito em inglês...e tomei a liberdade e a ousadia de arriscar uma tradução e um título que, espero, não lhe tenha deturpado o sentido. A música que veste estas palavras é tocante e o texto (a alma de qualquer música...) é um daqueles que, por ser tão vago, permite-nos flutuar por interpretações só nossas...É uma das mais belas formas de construir algo...
Monólogo no Singular

Ajoelhado a teus pés não compro a minha liberdade…
Erguendo um copo vazio questiono o silêncio…
Sobre os meus destinos…se me aceitam como sou…
E talvez assim compre o ar que respiro…

Círculos viciados que se formam em redor
De quem se despede de esposas que não chega a conhecer
Flutua a minha mente em questões…
E a minha alma povoa-se de professores mudos…

Não te aproximes mais ou obrigar-me-ás a partir…
Possuis-me como a gravidade e puxas-me para ti…
E se alguém houvesse que me fizesse caminhar…
Serias tu…

Cruzo-me com quem comprou a sua jaula
E de dentro pensam no que sou…sem que seja o que pensam
Indigno-me agora e sempre mas sou puro no que penso…
Ainda vivo…

Este vento que se revolta é a minha pertença a qualquer parte
Debaixo dos meus pés há uma estrada desaparecida…
No fim da noite oiço as árvores…que cantam com os mortos…
Falam de mim…

Deixa tudo comigo…encontrarei alguma forma de ser…
Ainda que seja um eterno satélite numa órbita que esqueces…
Porque eu conheço as regras…embora as regras me desconheçam

E assim continuo…

(original de E. L. Severson, 2007)

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Ode à ridicularia...

"O amor é uma doença...quando nele julgamos ver a nossa cura"

M.C.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

We all walk the long road...

Continuo à espera de ouvir esta ao vivo, malta...
Esta é uma "daquelas"...
A ideia de que todos percorremos um caminho e que, nesse caminho, perdem-se pessoas que marcam momentos...que podemos desejar ter sempre ali...sempre conosco..

And I wished for so long...cannot stay...
All the precious moments...cannot stay...
It's not like wings have fallen...cannot stay...
But without you something's missing...cannot say...

Holding hands are daughters and sons
And their faiths are falling down, down, down, down...
I have wished for so long...How I wish for you today...

We all walk the long road...cannot stay...
There's no need to say goodbye...

All the friends and family...
All the memories going round, round, round, round...
I have wished for so long...how I wish for you today...

And the wind keeps roaring...and the sky keeps turning grey...
And the sun is set and...the sun will rise another day...

I have wished for so long...how I wish for you today...
I have wished for so long...how I wish for you today...

We all walk the long road...
We all walk the long road...
Will I walk the long road...
We all walk the long road...
We all walk the long road...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Palavras do Jaime

Porque o Jaime precisa de falar, porque o Jaime precisa de se expressar, de expurgar os conteúdos polutos que o desalmam...A parede está erguida, Jaime...Ainda que tenhas saído bem cedo de casa, acenam-te uma despedida desenhada por mão de pelica enluvada...
A Luz ao Fundo...
Chove lá fora, chove mais cá dentro…
Lágrimas do céu, águas de tormento
Cintilam no escuro, reformulam-se em vão
Tomam as minhas formas…caído no chão

Respiro em golfadas de ar rarefeito
Sugo a vida insuficiente
Que me engana, que me mente
Jardins de pedra, que já enfeito…

Faltará que alguém me tempere com a terra
Que é sangue meu derramado na guerra
Pusilânime, compassado estertor…
Caído no chão, pungente de dor..
Dezembro 2007

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

You're so very special...and i wish i was special...

Desde sempre na minha gaveta de cartão...
"I wish i was special...you're so very special...
But i'm a creep...i'm a wierdo..."

Ahhhhh....passive-agressive rage!!

domingo, 9 de dezembro de 2007

Mortos

Crueza, violência, beleza também, talvez....
Morrem pessoas, morrem jovens adolescentes, morrem adultos e morrem os velhos. Morrem à distância e morrem nos meus braços, morrem com a família ao telefone, morrem com a família do outro lado da porta, à espera de notícias...
Morrem pessoas sozinhas, sem ninguém da família por perto para as apoiar, morrem pessoas rodeadas pelos seus, em desespero por nada poderem fazer para as ter um pouco mais consigo, morrem os mortos de mãos dadas com os vivos e os vivos percebem que morrem um pouco (ou muito...) com eles...
Passam mortos pelo corredor (alguns ainda de pé...), mortos de cara descoberta, mortos de rosto marmóreo, mortos de lábios azulados...
Morrem pessoas da cama do lado e quem ficava (ainda viva?) assistia a tudo... Num momento estava viva, no outro, a cortina corria e, ao ser reaberta, acabaram as conversas ao almoço, acabaram as conversas ao jantar ou com as famílias uns dos outros...
Resta um espaço vazio, sem cama, sem vida. Sem morte, sequer, que alguém tratou de levar para outro lado qualquer...
E acabou…